Ano: 2015
Órgão
Contratante: Rio Saúde
Cargo:
Enfermeiro
43) Os
carcinomas invasores do colo de útero que acometem o epitélio escamoso e o
epitélio glandular são, respectivamente:
(A)
adenocarcinoma e mola hidatiforme
(B) carcinoma
epidermoide e mola hidatiforme
(C) carcinoma
epidermoide e adenocarcinoma
(D)
adenocarcinoma e carcinoma epidermoide
Comentários:
Antes, vamos
definir epitélio: tecido animal,
constituído por células justapostas, com pouca substância intercelular, que
reveste superfícies expostas, cavidades e dutos, além de executar funções
secretoras, sensoriais e de absorção.
2.3.
Nomenclatura
Regra
Geral
A
designação dos tumores baseia-se na sua histogênese e histopatologia. Para os
tumores benignos, a regra é acrescentar o sufixo “oma” (tumor) ao termo que
designa o tecido que os originou.
Exemplos:
- tumor benigno
do tecido cartilaginoso – condroma;
- tumor
benigno do tecido gorduroso – lipoma;
-
tumor benigno do tecido glandular – adenoma.
Quanto
aos tumores malignos, é necessário considerar a origem embrionária dos tecidos
de que deriva o tumor. Quando sua origem for dos tecidos epiteliais de
revestimento externo e interno, os tumores são denominados carcinomas. Quando
o epitélio de origem for glandular, passam a ser chamados de adenocarcinomas.
Os
tumores malignos originários dos tecidos conjuntivos ou mesenquimais terão o
acréscimo de sarcoma ao vocábulo que corresponde ao tecido. Por sua vez,
os tumores de origem nas células blásticas, que ocorrem mais freqüentemente na
infância, têm o sufixo blastoma acrescentado ao vocábulo que corresponde
ao tecido original.
Exemplos:
-
Carcinoma basocelular de face – tumor maligno da pele;
-
Adenocarcinoma de ovário – tumor maligno do epitélio do ovário;
-
Condrossarcoma - tumor maligno do tecido cartilaginoso;
-
Lipossarcoma - tumor maligno do tecido gorduroso;
-
Leiomiossarcoma - tumor maligno do tecido muscular liso;
-
Hepatoblastoma - tumor maligno do tecido hepático jovem;
-
Nefroblastoma - tumor maligno do tecido renal jovem.
Exceções
Apesar
de a maioria dos tumores incluírem-se na classificação pela regra geral, alguns
constituem exceção a ela. Os casos mais comuns são:
Tumores
Embrionários
São
os Teratomas (podem ser benignos ou malignos, dependendo do seu grau de
diferenciação), seminomas, coriocarcinomas e carcinoma de células embrionárias.
São tumores malignos de origem embrionária, derivados de células primitivas
totipotentes que antecedem o embrião tridérmico.
Epônimos
Há
tumores malignos que receberam os nomes daqueles que os descreveram pela
primeira vez: linfoma de Burkitt, Doença de Hodgkin, sarcoma de Ewing, sarcoma
de Kaposi, tumor de Wilms (nefroblastoma), tumor de Krukenberg (adenocarcinoma
mucinoso metastático para ovário).
Morfologia
Tumoral
Os
carcinomas e adenocarcinomas podem receber nomes complementares (epidermoide,
papilífero, seroso, mucinoso, cístico, medular, lobular etc.), para melhor
descrever sua morfologia, tanto macro como microscópica: cistoadenocarcinoma
papilífero, carcinoma ductal infiltrante, adenocarcinoma mucinoso, carcinoma
medular, etc.
Epitélios
Múltiplos
Os
tumores, tanto benignos como malignos, podem apresentar mais de uma linhagem
celular. Quando benignos, recebem o nome dos tecidos que os compõem, mais o
sufixo “oma”: fibroadenoma, angiomiolipoma, etc. O mesmo é feito para os
tumores malignos, com os nomes dos tecidos que correspondem à variante maligna:
carcinossarcoma, carcinoma adenoescamoso, etc. Outras vezes encontram-se
componentes benigno e maligno, e os nomes estarão relacionados com as
respectivas linhagens: adenoacantoma (linhagem glandular maligna e metaplasia
escamosa benigna).
Sufixo
Indevido
Algumas
neoplasias malignas ficaram denominadas como se fossem benignas (ou seja,
apenas pelo sufixo “oma”) por não possuírem a correspondente variante benigna:
melanoma, linfomas e sarcomas (estes dois últimos nomes representam classes de
variados tumores malignos).
Outros
Algumas vezes, a
nomenclatura de alguns tumores escapa a qualquer critério histogenético ou
morfológico: mola hidatiforme (uma neoplasia trofoblástica gestacional, como o
corioma) e micose fungoide (linfoma não Hodgkin cutâneo).
Fonte: Manual de
Oncologia do Ministério da Saúde
Resposta: C
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