HIPERTERMIA MALIGNA*
A Hipertermia Maligna (HM) é um estado hipermetabólico do músculo-esquelético devido ao bloqueio idiopático da reentrada de Ca++ dentro do retículo sarcoplasmático. Transmitido por uma predisposição genética multifatorial. O consumo corporal de O2 aumenta em 2 a 3 vezes do seu valor normal.
Incidência: 1 em cada 15.000 administração de anestesias pediátricas. 1 em cada 40.000 adultos. 50% teve anestesia anterior sem HM. Frequentemente associada com administração de agentes inalatórios halogenados e o uso de succinilcolina (forma fulminante: rigidez muscular quase imediatamente após a succinilcolina, pode envolver masseteres, que leva a dificuldade de intubação. Ataque inicial e reincidência pode ocorrer no pós-operatório. Tem mortalidade em 30%.
Apresentação
1 - Sinais iniciais possíveis: aumento da pressão expiratória final pCO2;
2 - Taquicardia e outras arritmias;
3 - Progressão com:
a - dificuldade de coagulação, sangramento da ferida cirúrgica e orifícios corporais;
b - aumento da acidose metabólica e redução da pO2;
c - edema pulmonar;
d - elevação da temperatura corporal (pode chegar ou passar de 44º numa taxa de 1º a cada 5 minutos) (pacientes normais tornam-se hipotérmicos com anestesia geral);
e - rigidez muscular dos membros (comum, mas tardio);
f - rabdomiólise - CPK elevado e mioglobina (posterior).
3 - Terminal.
a - hipotensão;
b - bradicardia;
c - parada cardíaca.
Tratamento
1 - eliminar os agentes causadores (parar a operação, aumentar o diminuir a inalação da anestesia e mudar o tubo na máquina de anestesia);
2 - dantroleno sódico 2,5 mg/kg IV normalmente efetivo, infundir até os sintomas diminuírem, aumentar para 10 mg/kg;
3 - hiperventilação com 100% de O2;
4 - resfriar superfícies e cavidades: IV, no ferimento, pela via nasogástrica, pelo reto;
5 - bicarbonato 1-2 mEq/kg para acidose;
6 - insulina IV e glicose (reduz K+, glicose age como substrato energético);
7 - procainamida para arritmias;
8 - diurese: carregamento de volume + diurese osmótica.
Prevenção
1 - identificação de pacientes em risco:
a - único teste confiável: biópsia de músculo viável de 4 cm para testes in-vitro numa pequena região central para teste (contratura anormal para cafeína ou halotano);
b - história familiar: qualquer parente com a síndrome coloca o paciente sob risco;
c - traços relatados: 50% dos pacientes com HM têm forte musculatura, distrofia musculuar tipo Duchenne ou escoliose;
d - pacientes que apresentaram espasmo no masseter em resposta a siccinilcolina.
2 - em pacientes sob risco: evitar a succinilcolina (bloqueadores não despolarizantes preferidos se paralisia for essencial), pode seguramente ter anestésicos não-halogenados (narcóticos, barbitúricos, benzodiazepínicos, droperidol, nitroso...);
3 - dantroleno oral profilático: 4-8 mg/kg/dia 1-2 dias (última dose dada 2 horas antes da anestesia) é comumente efetivo.
* Material extraído da obra: Handbook Of Neurosurgery, 7º ed.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
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