domingo, 15 de novembro de 2015

Capítulo 1 - Introdução à Terapêutica *

Uso dosFármacos


As pessoas vão ao médico para descobrir o quê (ou se alguma coisa) está errado (diagnóstico), e o que deve ser feito a respeito (o tratamento). Se estiver tudo bem, pode-se querer saber, contudo, como problemas futuros podem ser prevenidos. Dependendo do diagnóstico, o tratamento pode consistir de acompanhamento, cirurgia ou outra intervenção. Os fármacos são muito frequentes mesmo na terapia primária ou numa outra modalidade adjunta (por exemplo: uso de anestésicos em pacientes que passam por cirurgia). Algumas vezes a busca pelo médico é originada por medida de saúde pública (por exemplo: um programa de proteção). Novamente, o tratamento com fármacos é necessário. Consequentemente, médicos de quase todas as especialidades usam fármacos extensivamente, e precisam compreender a base científica na qual a terapêutica está fundamentada.

A um século atrás, os médicos tinham somente algum punhado de fármacos efetivas (como morfina, quinina, aspirina e folhas de ervas) a sua disposição. Milhares de fármacos potentes foram introduzidas, e a química farmacêutica continua a descobrir novas e melhores fármacos. Com o avanço da genética, ciência molecular e celular, é provável que o progresso acelerará e grandes mudanças terapêuticas sejam inevitáveis. Estudantes de medicina e médicos em treinamento, contudo, precisam aprender alguns dos princípios terapêuticos, a fim de prepararem-se para se adaptar as novas mudanças.

Efeitos Adversos e Risco/Benefício


A química medicinal tem contribuído imensamente para a saúde do ser humano, mas isto foi alcançado a um preço, necessitando de uma nova filosofia. Um médico, Sir William Osler's, num dia do século XIX pode seguramente aderir ao princípio Hipocrático "primeiro não causar nenhum mal", por que as oportunidades para fazer o bem era muito limitado. A descoberta de um fármaco eficiente transformou esta situação no aumento de muitos riscos reais de causar mal. Por exemplo, cura de leucemias, doença de Hodgkin e carcinomas testiculares foram alcançadas através de preparo para aceitar um grau certo de prejuízos. Similares considerações aplicam-se a doenças em outras áreas.

Todo fármaco eficiente tem um efeito adverso e julgamento terapêutico baseado na razão risco/benefício permeia todos os campos da medicina. Os fármacos são as primeiras ferramentas terapêuticas dos médicos. E exatamente como um bisturi mal posicionado pode causar um desastre, o mesmo pode ocorre com com uma prescrição. Alguns dos mais dramáticos e horríveis exemplos se faz numa leitura do relatório anual da sociedade de defesa médica, entretanto talvez tão importante seja a morbidade e expansão causada pelo menos dramático mas comuns erros.

Como a prescrição pode ter os erros minimizados? Pela combinação de conhecimentos gerais e patogenia da doença a ser tratada e da fármaco que pode ser eficiente para aquele doença com conhecimento específico sobre as particularidades do paciente. Dukes e Swartz, em seu respeitável trabalho Responsability for drug - induced injury, lista oito deveres na prescrição:

1 - uso restrito: a terapia com o fármaco é garantida?
2 - escolha cuidadosa do fármaco apropriado e a dose com a devida consideração dos riscos/benefícios, alternativas disponíveis, necessidades do paciente, suscetibilidades e preferências;
3 - consulta e consentimento;
4 - prescrição e registro;
5 - explicação;
6 - supervisão - incluindo monitoramento;
7 - término - como apropriado;
8 - conformidade com as leis para prescrição.

Como um mínimo, os seguintes itens devem ser considerados quando da decisão de um plano terapêutico:

1 - idade;
2 - doenças coexistentes, principalmente piora renal ou hepática;
3 - possibilidade de gravidez;
4 - história do fármaco - se já fez uso dela;
5 - a melhora que pode razoavelmente ser esperado para este paciente individual;
6 - a crença do paciente e objetivos.

História do Fármaco e Plano Terapêutico


No século XXI, a história de um fármaco segura envolve o questionamento do paciente (e algumas vezes familiares, vizinhos, outros médicos, etc.). De que maneira a prescrição de comprimidos, remédios, pílulas, contraceptivos, cremes, supositórios estão sendo realizados? De que forma os remédios livres, sem receitas, estão sendo usados, incluindo os herbais ou terapias alternativas? Os pacientes usam fármacos socialmente ou objetivam algum estilo de vida? Eles sofrem de alergias induzidas por fármacos ou outras reações sérias? Eles estão sendo tratados por alguma doença similar no passado, e se positivo, ela faz efeito ou há algum problema? O paciente experimentou algum problema com anestesia? Há alguma reação séria da fármaco entre algum membro da família?

Quem prescreve precisa ser meticuloso e humilde, especialmente quando lida com fármacos pouco familiar. Verificando contraindicações, precauções especiais e doses num bulário, como a British National Formulary (BNF) é uma exigência mínima. O plano proposto é discutido com o paciente, incluindo objetivos alternativos, possíveis efeitos adversos, sua probabilidade e medidas a serem tomadas se estes aumentarem. O paciente precisa compreender o que se deseja e ficar satisfeito com o significado proposto a alcançar no fim. (Não será possível, claro, em pacientes dementes ou com delírios, onde a discussão será com qualquer membro familiar disponível.) Os riscos de causal algum mal precisa ser minimizado. Muito da arte da medicina consiste na habilidade de quem prescreve para estar de acordo ao compromisso que é aceitável ao paciente individual, e ressaltar a concordância (por exemplo: acordo entre paciente e médico) com o plano terapêutico.

As prescrições deves ser escritas claramente elegível, conforme exigência legal. Prescrições eletrônicas estão atualmente sendo introduzidas no Reino Unido. Nomes genéricos devem geralmente ser usados junto com a dose, frequência e duração do tratamento e o médico deve assinar a prescrição. É prudente imprimir ou carimbar o nome de quem prescreveu, endereço, número de telefone para facilitar a comunicação do farmacêutico. Um apropriado acompanhamento deve ser seguido.

Base Científica do Uso dos Fármacos em Seres Humanos


A base científica da ação de uma fármaco é dada pela disciplina Farmacologia. A Farmacologia Clínica lida com os efeitos dos fármacos em seres humanos. Dela ocasiona o estudo das interações dos fármacos com seus recep´tores, o sistema dee transdução (segundo mensageiro) para o qual aqueles estão ligados e as mudanças que trazem sobre as células, órgãos e no organismo como um todo. Estes processos (o que o fármaco faz no corpo) é chamado de "farmacodinâmica". O uso dos fármacos na sociedade é abarcado pela farmacoemidemiologia e farmacoecnomia - ambas são disciplinas altamente politizadas!

O homem é um mamífero e são essenciais estudos em animais, mas seu valor preditivo é limitado. Métodos modernos de biologia celular e molecular permitem expressão dos genes humanos, incluindo aqueles que codificam os receptores e sinais chaves dos elementos de transdução, em células e animais transgênicos, e estão revolucionando aquelas áreas e promissoras melhorias e relevância da farmacologia pré-clínica e toxicologia.

Importantes efeitos adversos algumas vezes mas nem sempre ocorrem em outras espécies. Consequentemente, quando novos fármacos são usados para tratar doenças humanas, consideráveis incertezas permanecem. Estudos recentes em seres humanos são usualmente conduzidos em voluntários, exceto quando a toxicidade seja invevitável (por exemplo: fármacos citotóxicos usados para o tratamento do câncer).

Farmacologistas básicos frequentemente isolam preparados, quando a concentração do fármaco imerso no organismo é precisamente controlado. Tais preparados podem ser estáveis de minutos a horas. Na terapêutica, fármacos são administrados no organismo como um todo por uma via que seja tanto conveniente quanto segura, geralmente ambas, por dias e senão anos. Consequentemente a concentração do fármaco nos arredores dos receptores é usualmente desconhecido, e os efeitos no longo prazo envolvem alterações na densidade do receptor ou função, ou a ativação ou modulação dos mecanismos de controles homeostáticos podem ser de fundamental importância. O processo  de absorção, distribuição, metabolismo e eliminação (o que o corpo faz com o fármaco) determina o tempo de concentração da substância no plasma e nos receptores. Estes processos compreende a "farmacocinética". Há considerável variação inter individual devido a fatores inerentes e adquiridos, notavelmente doenças nos órgãos responsáveis pelo metabolismo e excreção do fármaco. A modelagem farmacocinética é crucial no desenvolvimento do fármaco para planejar um regime terapêutico racional e a compreensão da farmacocinética é também importante para quem prescreve uma terapia individualizada para um paciente particular.



* Tradução do Capítulo 1 do livro A Textbook of Clinical Pharmacology and Therapeutics. 
Qualquer observação de erros de tradução, concordâncias, correção gramatical, críticas ou sugestões - avise-me para proceder correções que forem necessárias.
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