segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Dengue

O que é?

É uma doença febril aguda, podendo ser de curso benigno ou maligno, tendo como o seu principal vetor o mosquito Aedes aegypti.

Etiologia:

É um vírus RNA, arbovírus do gênero Flavivírus, pertencente à família Flaviviridae.


Transmissão:

Se dá da seguinte forma:
o mosquito pica uma pessoa infectada, passa a carregar o RNA do Flavivírus e pica uma pessoa não contaminada. Não há relatos de transmissão de outras formas, como alimentos, partículas secretivas ou ar.

Incubação:

Normalmente entre 5 e 6 dias, mas pode ocorrer entre 3 e 15 dias.

Tipos de dengue:

São conhecidos 4 sorotipos: 1, 2, 3 e 4. Mas merece destaque a dengue clássica e a hemorrágica.

Sinais e sintomas:

Dengue clássico:
a primeira manifestação é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, seguida de cefaleia, mialgia, prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retroorbital, náuseas, vômitos, exantema, prurido cutâneo. Hepatomegalia dolorosa pode ocorrer, ocasionalmente, desde o aparecimento da febre. Alguns aspectos clínicos dependem da idade do paciente. Desse modo, dor abdominal generalizada tem sido observada mais frequentemente entre crianças e manifestações hemorrágicas, como: petéquias, epistaxe, gengivorragia, e metrorragia tem sido relatadas mais frequentemente entre adultos, ao fim do período febril. A doença tem duração de 5 a 7 dias, mas o período de convalescença pode ser acompanhado de grande debilidade física, e prolongar-se por várias semanas.

Febre Hemorrágica da Dengue (FHD):
os sintomas iniciais são parecidos aos do dengue clássica, porém há um agravamento do quadro, no terceiro ou quarto dias de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e de colapso circulatório. A fragilidade capilar é evidenciada pela positividade da prova do laço. Outras manifestações hemorrágicas incluem petéquias, equimoses, epistaxe, gengivorragia, hemorragia em diversos órgãos (gastrintestinal, intracraniana etc.), e hemorragia espontânea pelos locais de punção venosa. Nos casos graves da dengue hemorrágica, o choque geralmente ocorre entre o 3º e 7º dias de doença, geralmente precedido por dor abdominal. O choque é decorrente do aumento de permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória. É de curta duração, e pode levar ao óbito em 12 a 24 horas ou à recuperação rápida, após terapia anti-choque apropriada. Caracteriza-se por pulso rápido e fraco, com diminuição da pressão de pulso e da pressão arterial, extremidades frias, pele pegajosa e agitação. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

Diagnóstico:

Dengue Clássico: a dengue pode ser confundida com várias doenças, mas as principais a serem consideradas no diagnóstico diferencial são: gripe, rubéola, sarampo e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas. Exame específico deve conter presença de anticorpos da classe IgM, em única amostra de soro, ou o aumento do título de anticorpos IgG (conversão sorológica) em amostras pareadas.

Dengue Hemorrágica ou FHD: no início da fase febril, o diagnóstico diferencial deve ser feito com outras infecções virais e bacterianas e, a partir do 3º ou 4º dias, com choque endotóxico decorrente de infecção bacteriana ou meningococcemia. Outras doenças com as quais deve-se fazer o diagnóstico diferencial são: leptospirose, febre amarela, malária, hepatite infecciosa, influenza, bem como outras febres hemorrágicas, transmitidas por mosquitos ou carrapatos. No exame laboratórial deve conter hematócrito e plaquetometria, que são os mais importantes para o diagnóstico e acompanhamento das formas hemorrágicas.

Tratamento

Dengue Clássico: Podem ser usados antipiréticos e analgésicos, excetos os que contenham ou sejam derivados do ácido acetil salicílico, pois pode aumentar as chances de hemorragias. A hidratação pode ser feita com água, chás, sucos e soros caseiros.

Dengue Hemorrágica: intensificar hidratação oral (aumento da ingesta de água, sucos, chás, etc.) em domicílio; em caso de piora, buscar ajuda médica imediatamene na unidade de saúde ou outra de emergência, analgésicos e antipiréticos que não tenham ácido acetil salicílico, pode ser usado o paracetamol ou dipirona e sempre que possível, mesmo que não se tenha suspeita de complicações, solicitar o retorno do paciente para avaliação após 2 ou 3 dias.

Uma dengue simples pode evoluir para uma hemorrágica, logo, aos primeiros sinais e sintomas deve-se procurar uma unidade de saúde para avaliação e exames.

Definição dos termos marcados:

Cefaleia: dor de cabeça;
Mialgia: dor muscular;
Artralgia: dor na articulação;
Anorexia: ausência de vontade de alimentar-se;
Astenia: fadiga;
Retroorbital: atrás dos olhos;
Exantema: erupção da pele;
Prurido: coceira;
Hepatomegalia: aumento do volume do fígado;
Petéquia: pequena hemorragia, equivalente ao tamanho da cabeça de um alfinete;
Epistaxe: sangramento pelo nariz;
Gengivorragia: sangramento pela gengiva;
Metrorragia: hemorragia uterina;
Equimose: mancha escura na pele.

Prova do Laço:

A prova do laço consiste em se obter, através do esfigmomanômetro, o ponto médio entre a pressão arterial máxima e mínima do paciente, mantendo-se esta pressão por 5 minutos; quando positiva, aparecem petéquias sob o aparelho ou abaixo do mesmo. Se o número de petéquias for de 20 ou mais por polegada (um quadrado com 2,3 cm de lado), essa prova é considerada fortemente positiva. Esta prova não pode ser realizada com garrote ou torniquete.

Mais informações, consulte o Guia de Vigilância Epidemiológica do MS.
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