quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Vias de Administração de Medicamentos


Há muitas vias por onde podemos administrar medicamentos, cada via possui um cuidado particular e não pode ser menosprezado nem negligenciado.

As vias podem ser por:
  • Tópica
  • Mucosa
  • Gástrica ou enteral
  • Parenteral
    • Intradérmica
    • Subcutânea
    • Intramuscular
    • Intravenosa

Via Tópica 

É a via mais fácil, é o próprio local da irritação ou ferimento que será aplicado a medicação. Essa via de aplicação possui uma perda de eficiência, pois a pele é uma barreira natural. Quando não envolver pele a absorção torna-se mais rápida. A aplicação pode ser feita por pincelamento, espalhando pelo local ou pode ser feita por banho, dependendo da prescrição e da medicação.

Cuidados:
Nesta via não exige enormes cuidados, salvo pelas medicações que serão administradas, como por exemplo os ácidos, que devem ter uma área protegida para não causar danos.

Via Mucosa

Em geral é uma via de fácil manuseio para infusão de medicamentos. Como as mucosas são tecidos diferentes de pele, possui uma absorção bem rápida. Esta rapidez deve-se ao fato da medicação não ser processada no fígado e ter sua ação praticamente iniciada após a administração.
As mucosas mais comuns são a da sublingual, nasal, ocular, auditiva, vaginal e anal.

Cuidados:
Como as mucosas possuem uma sensibilidade muito elevada, deve-se assegurar de que a quantidade prescrita foi exatamente a aplicada. Como é uma área de rápida absorção, deve-se ficar atento a possíveis irritações. Cada mucosa exige uma atenção em separada:

sublingual: em geral são comprimidos, onde solicitamos ao paciente que o mantenha em baixo da língua até o seu fim;
nasal: em crianças pode causar desconforto, por isso posicionamos ela deitada e levemente inclinada para o lado para facilitar a entrada da medicação;
auricular: colocar o paciente deitado para expor o canal auditivo e permanecer deitado por aproximadamente 3 minutos para que seja absorvido. Caso haja excesso de cerume, este deve ser removido com cuidado para não empurá-lo e impedir a absorção do medicamento;
ocular: são mucosas muito sensíveis e dependendo da medicação pode causar desconforto. em crianças colocamos ela deitada de barriga para cima e levemente lateralizada e instilamos a medicação na borda distal do olho;
vaginal: aplicado com a paciente na posição ginecológica.

Gástrica / enteral

 São medicamentos que são ingeridos por via oral ou por sonda enteral e são absorvidos no trato gátrico. Pode ocorrer de alguns fármacos resistirem aos ácidos e serem metabolizados pelo fígado, isso faz com que sua ação demore mais a ocorrer.

Cuidados:
muitos medicamentos podem não resistir ao ácido presente no estômago e perder sua eficácia;
interações com alimentos podem ocorrer, seja aumentando ou reduzindo sua ação;
excesso de alimento no estômago pode prejudicar a absorção e causar demora da ação.

Parenteral


É a via em que a medicação age com maior rapidez e exige muitos cuidados, uma vez que a medicação for administrada, não há muito o que fazer para corrigir o problema (via intravenosa) e exige técnicas específicas para essa administração.
Por ser uma via invasiva, isto é, estamos lidando diretamente com o sistema circulatório do paciente ou sob tecidos delicados, exige que o procedimento seja feito respeitando a técnica e com total assepsia.
Dentre as vias parenterais mais utilizadas, citamos a:

intradérmica: como o nome diz é entre a pele, entre a epiderme e o tecido subcutâneo. Usado para aplicação de BCG, testes diagnósticos e sensibilizações. Agulha usada é 13 X 4,5 mm, o ângulo de inserção é 30°.

subcutânea: a aplicação é feita no tecido abaixo da pele, no tecido adiposo. Administramos drogas que não precisam de ação imediata.  A agulha usada pode ser a de 13 X 4,5 mm em recém-nascidos ou crianças hipotóíficas com ângulo de 90º e 25 X 6 mm em ângulo de 45º. Durante a inserção da agulha, antes de injetar o medicamento, aspire para certificar de não vir sangue, pois caso perfure um capilar este tornará a ação do medicamento acelerada. Deve-se retirar e ministrar noutro lugar.

intramuscular:  é a aplicação da medicação dentro do músculo. Exige muitos cuidados para não perfurar vasos e não atingir nervos. A agulha dependerá do porte físico do paciente. Pacientes com muita hipertrofia muscular exigirão agulhas mais calibrosas enquanto aqueles que hipotrofia exigirão agulhas menores. O ângulo de aplicação é de 90º e os músculos preferíveis são os deltóides e glúteos. Sendo muito usado em crianças o vasto lateral da coxa.

intravenosa: é principal via de administração de medicamentos no ambiente hospitalar, pois as outras vias possuem limitação de quantidade. Nesta via pode ser infundida grandes quantidades de medicações. Sua ação é muito rápida. Exige muitos cuidados, haja vista estar com o sistema circulatório do paciente "exposto", corre maior risco de contrair infecção. Atentar para as infusões rápidas, que podemos usar escalpe ou cateter, mas se houver necessidade de permanência de mais de 24 horas, melhor usar o cateter, pois este pode ficar por até 72 horas sem ser trocado.

Existe outras vias de administração, mas não é feito pela equipe de enfermagem, como:
intratecal - a administração de medicamento ocorre na subaracnóide, em geral para anestesias.
intraóssea - administração de medicamento ocorre na medula óssea, desde que haja treinamento correto o enfermeiro pode fazer.

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